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Uma reflexão sobre os 3 nãos que precisamos estar atentos

Uma reflexão sobre os 3 nãos que precisamos estar atentos
Janice Chaves
abr. 21 - 7 min de leitura
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Nós temos aprendido tanto nessas últimas semanas, não é mesmo? Estamos desde fevereiro, conversando sobre a Filosofia de Educação de Charlotte Mason e já recebemos tantos relatos de pessoas que têm sido abençoadas e edificadas através das Ideias Vivas de Charlotte. Tenho certeza de que, se você está nos acompanhando nessa jornada de descoberta, muitas ideias de Miss Mason tem feito seu coração arder em reflexões. Mas meu convite hoje é que você transforme estas reflexões em ações! Pois não basta apenas ouvir, aprender e refletir, precisamos pôr em prática as ferramentas educacionais que descobrimos até aqui. 

 

Já conversamos tanto sobre os perigos da educação moderna e a importância dessa desconstrução que precisa ocorrer em nós, mas o quanto já estamos praticando? Já conversamos tanto sobre ideias práticas do que precisamos fazer, como analisar nossa atmosfera, como começar a trilhar um caminho para a formação de hábitos saudáveis, mas o quanto já tiramos do papel e colocamos em ação? Não basta apenas fazer uma lista do que fazer ou o que não fazer, é preciso entrar em ação! Quando penso sobre isso estas palavras de Miss Mason repousam sobre minha mente:

 

“nós ofendemos nossos filhos quando fazemos por eles aquilo que não deveríamos ter feito; nós os desprezamos quando deixamos de fazer as coisas que, por causa deles, deveríamos ter feito.”


 

Eu me lembro bem quando estas palavras de Miss Mason penetraram fundo em meu coração. Ao olhar ofensa e desprezo por este ângulo de Mason eu não pude conter as lágrimas ao refletir sobre quantas vezes ofendi ou desprezei minhas filhas, sabendo o que precisava ser feito e ainda assim não entrando em ação. Ah mas como é bom lembrar que o Espírito Santo é Aquele que nos ajuda em nossas fraquezas. Ele não é apenas o principal mestre na educação de nossas crianças, mas da nossa também. E se você tem se sentido desencorajada diante de sua “lista”, ou simplesmente precisa escolher por onde começar, comece pedindo ajuda dAquele que te capacita a ser o principal agente na educação de seus filhos. Prove da Graça abundante de Cristo lembrando que a cada manhã as misericórdias do Senhor estão sobre sua vida, e que por meio desta Graça você pode começar hoje mesmo. Começar a remover aquilo que tem sido ofensa e começar a fazer aquilo que já sabemos que precisa ser feito e assim não desprezar a criança, o filho de Deus, que está diante de nós.

 

Espero que esta reflexão te ajude a entrar em ação, assim como tem me ajudado por aqui. Se você já tem o seu livro Educação no Lar te aconselho a voltar para ele e ler estes capítulos novamente (Parte I, cap. III, IV e V). Mas se ainda não está com o seu em mãos vou deixar algumas citações abaixo que podem ser muito úteis a todos nós nesta reflexão.

 

"Código de Educação nos Evangelhos 

Pode surpreender os pais que não têm dado muita atenção ao tema descobrir igualmente um código de educação nos Evangelhos, expressamente estabelecido por Cristo. Ele é resumido em três mandamentos, e todos os três têm um caráter negativo, como se a coisa mais necessária exigida das pessoas adultas é que elas não causem nenhum tipo de prejuízo às crianças: 

 

Guardai-vos de não OFENDER — não DESPREZAR — não IMPEDIR — um destes pequeninos.

 

Olhemos para essas três grandes leis enquanto proibitivas, a fim de limpar o terreno para a consideração de um método de educação; pois uma vez que tenhamos decidido o que não podemos fazer, estaremos prontos para descobrir o que podemos fazer, e devemos fazer.


 

  1. Os Pais Podem Ofender Seus Filhos ao Desconsiderar as Leis da Saúde -Isso, de dar-lhe permissão no que é errado, é apenas uma das muitas maneiras pelas quais a mãe amorosa pode ofender seu filho. Por ignorância ou intencionalmente, o que é pior, ela não somente pode permitir que seu filho faça o que é errado, mas ela mesma pode fazer o errado por ele. Ela pode lançar um obstáculo no caminho de sua vida física, ao dar-lhe alimentos prejudiciais ou deixar-lhe dormir e viver em cômodos mal ventilados, desconsiderando qualquer ou todas as leis simples de saúde — ignorância difícil de ser perdoada em face do árduo trabalho feito pelos cientistas para colocar este conhecimento necessário ao alcance de todos.
  2. Os Pais Podem Ofender Seus Filhos ao Desconsiderar as Leis da Vida Intelectual - Quase tão ruim é a maneira como a vida intelectual da criança pode ser destruída desde o início por uma rodada de lições monótonas e inúteis, e que, longe de educar em qualquer sentido verdadeiro, debilita sua inteligência de maneira irrecuperável. Muitas meninas, especialmente, deixam o quarto de estudos em suas casas com um desgosto por todo o tipo de conhecimento, uma aversão ao esforço mental, que perdura por toda a sua vida.
  3. Os Pais Podem Ofender Seus Filhos ao Desconsiderar as Leis da Vida Moral - Muito pior do que isso acontece quando o amor da criança não encontra saídas naturais dentro de sua casa: quando ela é a criança chata ou sem graça da família, e é friamente deixada de lado, enquanto o afeto dos pais é derramado sobre os demais.


 

Não desprezar

Uma das muitas maneiras pelas quais os pais são capazes de ter uma opinião muito baixa de seus filhos é em relação aos seus erros. 

A mãe evita o dia mau: ela sabe que algum dia deverá responsabilizar a criança por essas ofensas, mas, por enquanto, ela diz: "Oh, não importa dessa vez, ela ainda é muito pequena, e, aos poucos ficará mais sensata". Para pôr as coisas de forma clara, que dias felizes essa mãe traria para si mesma e para seus filhos se mantivesse sua vigilância ao invés de deixar as águas correrem!

Rir de um temperamento ofensivo e deixá-lo passar porque a criança é pequena é como semear vento.


 

Não Impedir

A maneira mais fatal de desprezar uma criança recai sobre a terceira lei educacional dos Evangelhos: ignorar e minimizar sua relação natural com o Deus Todo-Poderoso. "Não impeçam as crianças de virem a Mim", diz o Salvador, como se isso fosse algo que as crianças fazem naturalmente, algo que elas fazem quando não são impedidas por seus superiores. E, talvez, não seja um exagero acreditar neste mundo redimido em que, como o bebê se volta para sua mãe, embora não tenha poder para dizer o seu nome, como as flores se voltam para o sol, assim os corações das crianças se voltam para o seu Salvador e Deus com prazer e confiança inconscientes.

 

Charlotte Mason. Educação no Lar (Série Educação no Lar Livro 1) . Edição do Kindle. 


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