Miss Mason sempre teve o hábito de orar e meditar sobre as Escrituras Sagradas. Com o tempo, conforme ela contemplava o texto de sua Bíblia, ela também estava contemplando a natureza da educação. A razão para este segundo campo de contemplação era porque ela estava frustrada com a realidade da educação infantil de seu tempo:
“Naquela época, eu tinha recém começado a lecionar, eu era jovem e entusiasta em meu trabalho. Para mim era uma grande coisa ser professora; era impossível, mas a professora deveria deixar sua impressão nas crianças. A culpa era dela se alguma coisa desse errada, se alguma criança se saísse mal na escola ou fora dela. Não havia grau de responsabilidade ao qual o ardor juvenil não estivesse à altura. Mas, apesar de todo esse zelo, o que foi decepcionante é que nada de extraordinário aconteceu”. ~Charlotte Mason
Insatisfeita com as ideias sobre educação que até então eram aceitas em sua época, Mason começou uma busca intensa na história da educação que talvez pudesse ajudá-la a se tornar mais eficaz em seu trabalho como professora. Porém, sua busca não rendeu resultados positivos:
"Procurando orientação para a literatura da educação, as doutrinas de Pestalozzi e, ainda mais, de Fröbel foram extremamente úteis para mim ao mostrar os meios para assegurar uma expansão ordenada das faculdades da criança. E, mais importante ainda, salientar, como ambos fazem, que a criança é, por assim dizer, algo exótico que só pode florescer e expandir-se em uma temperatura aquecida, pelo amor e cuidado, regulada por lei imparcial. Ao mesmo tempo, o ensino religioso ajudou as crianças, deu-lhes poder e motivos para um esforço contínuo, e elevou seus desejos pelas melhores coisas. Mas mesmo com o grande apoio do mencionado acima, havia ainda a deprimente percepção de estar trabalhando a educação no escuro: o avanço alcançado pelos jovens quanto à moral, e mesmo ao poder intelectual, era como o de uma porta em suas dobradiças - um movimento para frente hoje e para trás amanhã, com pouco progresso visível de ano para ano, além de poder fazer somas mais difíceis e ler livros mais difíceis". ~Charlotte Mason
No entanto, a resposta que Mason estava procurando veio de uma fonte inesperada. Seus estudos e meditação sobre as Escrituras começaram a lhe revelar um abordagem diferente sobre a educação.
“Os pensamentos expressos [por Miss Mason] mostram que as principais verdades subjacentes a seu trabalho futuro já estavam claramente em mente: por exemplo, a visão das crianças em sua simplicidade essencial, a maravilha do direito, do crescimento, o poder do conhecimento, do amor e da fé.” ~Essex Cholmondeley
Assim, Miss Mason, “extraiu sua filosofia dos Evangelhos, onde podemos estudar e observar o desenvolvimento dessa filosofia consumada que atende a cada ocasião de nossas vidas, a todas as exigências do intelecto, a todo mal-estar da alma".
Entre 1885 e 1886, ela finalmente “uniu estes dois elementos de sua vida interior e apresentou uma filosofia de educação em uma série de palestras intituladas ‘Educação no Lar’. Nessas palestras, ela anunciou que havia descoberto ‘um código de educação nos Evangelhos, expressamente estabelecido por Cristo’.
Aquelas palavras foram o ponto de partida para o amadurecimento de sua carreira como educadora. Miss Manson escreveu seis volumes sobre sua filosofia de educação e métodos, ela também iniciou uma escola preparatória para jovens mulheres se formarem como professoras, ela fundou a União Nacional de Educação dos Pais (escolas que seguiam a filosofia de educação Charlotte Mason e onde o currículo era planejado de acordo com certos princípios que expressam os aspectos educacionais de seu pensamento), ela também editou a revista mensal The Parents' Review, escreveu livros sobre Geografia e teve um grande impacto no pensamento sobre educação de seu tempo.