“Enquanto escrevo, tomo notas frescas do que apreendo
No aplicado observar do presente que me foi dado por Deus como esposa e no maternar
Embalada pelas palavras vou buscando por pistas
Coisas estas que me indiquem se no caminho certo neste meu agir estou
Em cada observação tomando nota e estudando como um pesquisador que tendo um norte mergulha em descobertas que iluminam sua jornada de buscas
Meus filhos, presente confiados a mim por Deus por um tempo,
Assim vou cuidando de vocês na perspectiva de uma constante pesquisadora que ao mesmo tempo inspira, governa, ensina e instrui, isto recebi de Deus e não posso e não irei negá-lo, desde antes de poder embalá-los no ventre e em nossos braços.”
Sempre, desde que descobri o gosto por escrever em um diário, gostei das possibilidades que o tomar notas sobre um espaço (folhas, caderno, pedaços de um papel...) me dá.
E agora me sirvo dos aprendizados sobre o Diário da Mãe e de um “Commonplace” para ser eu mesmo uma pesquisadora neste ofício de ser mãe e ter minha própria família constituída.
A grande questão que tem surgido e mexido com todas as minhas noções e tentativas de compreender sobre o maternar com minha filha de agora 6 anos é: lidamos com TDAH ou não?
E de observar e estudar, tomar nota e me aplicar na prática do “como fazer ou agir” neste educar, encontro como neste parágrafo escrito tantos verbos que norteiam e apontam para “o encontro com a paz” pois me concilio com esta possibilidade: “Podemos sim ter em nosso entorno 'TDAH'”..., não só no lidar com minha filha, mas por origem, em mim mesma.
Eis os verbos:
1) Questionar: “O que tenho feito de errado?”
2) Me frustrar: “Afinal de contas acho que não nasci pra ser mãe."
3) Tentar... corrigir e me auto educar.
4) Empreender...mais e mais esforços: “Para sanar as ‘guerras’ do consciente e no relacionamento...”
5) Falhar e chorar... “Não consigo, não sou capaz...”
6) Perceber... minhas falhas.
7) Culpar-me.
8) Perdoar-me e conciliar-me
9) Entrar... numa jornada árdua, dolorosa, mas nobre, do maternar cada vez mais consciente.
10) Errar, reconhecer, arrepender, tentar e tentar... o ciclo da resiliência.
11) Ouvir e ler... a respeito.
12) Desconfiar...
13) Estudar... Então: "haverá esta possibilidade? Deus o permitiria?"
14) Compartilhar... com meu cônjuge
15) Lidar... com o negacionismo por não compreender o que seja.
16) Observar... solitariamente esta possibilidade. Parecia estranho demais para meu cônjuge a admissão no momento. Quero ajudá-lo a captar outra perspectiva.
17) Perguntar a conhecedores (professor, psicólogo, educador, outras mães)
18) Aceitar e estudar.
19) Aplicar pontos do método CM e obter a certeza das minhas descobertas em meio às dúvidas: “Afinal de contas, serviria sua aplicação mesmo em meu lar, para esta possibilidade da neurodiversidade? Como?”
20) Admitir, conciliar-me e aplicar-me a ver: “Me percebo tendo indícios do TDAH e ajudo minha pequena a ver que se admito ela também pode admitir e lidar melhor, com mais leveza, humor e com a devida seriedade: existe sim aqui a possibilidade de conviver com esta neurodiversidade.” Inclusive, gênios (como li de Albert Einsten e outros) que deixaram ou são autores de importantes legados também o tiveram - foi o que disse para minha filha e deixei a perspectiva limitada de que tal neurodiversidade fosse somente um vilão.
Não nos aplicamos ainda na busca de um diagnóstico profissional mas a paz da conciliação com esta possibilidade nos permite ir vendo as luzes alegres de um novo amanhecer no campo das descobertas: temos já os primeiros frutos desta admissão.
E Deus está aqui conosco para nos livrar da culpa, do temor, da cegueira e das desculpas! Ele está TODO aqui para nos guiar e ensinar em meio a tudo isso. Temos paz. Vou me aplicar nesta conciliação para aprender e crescer como mãe, esposa e pessoa... É possível, mesmo que aqui lidemos com o TDAH. Continuamos a estudar possibilidades da aplicação do método nos 3 pilares: Atmosfera, Disciplina e Vida! Essa é a Educação que admitimos e escolhemos como sendo de Deus para nós.
Vanzilucy Campos