Descobrindo Charlotte Mason
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IDENTIDADE “As crianças nascem pessoas”

IDENTIDADE “As crianças nascem pessoas”
Telina Cleine
dez. 15 - 4 min de leitura
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Quem sou eu e que relevância prática isso tem?

Ora, se podemos, com certa dose de humor, compararmos uma águia, galinha e uma tartaruga sem que com isso o leitor nos tome por irreverentes, facilitará muito nosso entendimento da questão.

 O tipo que sou anuncia meu propósito ou a tarefa que devo cumprir, bem como as ferramentas e habilidade que disponho para o sucesso dessa realização.

De forma alguma uma águia compartilhará com  galinha ou mesmo uma tartaruga do habitat, alimento ou perspectiva. São muito diferentes entre si e cumprem distintas funções no equilíbrio natural ao seu redor; uma “troca de papéis” seria desastrosa.

No caso acima, o que implica nascer pessoa ou ser uma pessoa?

No livro de Gênesis, segundo a Cosmovisão Cristã, o ser  homem acarreta uma dignidade ímpar:

“Criou Deus o homem a sua imagem, a imagem de Deus o criou, macho e fêmea os criou”  Gênesis 1:27

Permita-me o leitor deter-me um pouco mais nessa afirmação que traz consequências tão abrangentes para todo o planeta.

Diz o comentarista da Bíblia de estudo de Genebra na página 10:

 “A dignidade especial dos seres humanos está no fato de, como homens e mulheres, poderem refletir e reproduzir – dentro de sua própria condição de criaturas – os santos caminhos de Deus. Os seres humanos foram criados com esse propósito e, num sentido, somos verdadeiramente seres humanos na medida em que cumprimos esse propósito”.

Segundo o comentarista, analisando o contexto de Gênesis 1:26-27,  podemos definir e listar algumas qualidades do próprio Deus e relacionar com sua reflexão no ser humano:

“Deus como sendo pessoal e racional (dotado de inteligência e vontade), criativo, governador do mundo que criou um ser moralmente admirável (pois tudo o que criou é bom)”.

Acrescenta ainda:

“Os versículos 28-30 mostra Deus abençoando os seres humanos que acabara de criar, conferindo-lhes o poder de governar a criação, como seus representantes e delegados. A capacidade humana para comunicar-se e para relacionar-se tanto com Deus como com outros seres humanos aparece como outra faceta dessa imagem.

Por isso, a imagem de Deus na humanidade, que surgiu no ato criador de Deus, consiste em:

a) Existência do homem como uma “alma” ou “espírito”

(Gn 2:7), isto é, como ser pessoal e autoconsciente com capacidade semelhante à de Deus para conhecer, pensar e agir;

b) Ser uma criatura moralmente correta – qualidade perdida na queda, porém agora progressivamente restaurada em Cristo Ef 4:24)

c) Domínio sobre o meio ambiente;

d) Ser o corpo humano o meio através do qual experimentamos a realidade, nos expressamos e exercemos domínio e

e) Na capacidade que Deus nos deu para usufruir a vida eterna.”

 

Charlotte Mason, brilhante educadora britânica, em seus escritos e em si mesma irradiava a crença neste conceito.

 Leia o que disse um de seus alunos:

“De algum modo, em sua presença, a mediocridade e a mesquinhez ruíam, você passava a acreditar e se esforçar para alcançar o mais alto que pudesse. E não só isso – você aprendia a acreditar na bondade e alegria da vida. Você sentia que, no fundo de todo o ensinamento da senhorita Mason, havia uma filosofia de vida baseada na intensa convicção da relação pessoal de cada alma individual com Deus – uma relação que é a base de toda a alegria na vida” (In Memoriam De Charlotte M. Mason, página 77).

Tal relato fortalece nossa convicção de que ter clareza sobre a própria identidade, traz firmeza de propósito e, inevitavelmente, conformidade nas atitudes.


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